quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Duas vias

Se vai, voltará,
Caminho da lógica,
Destino seguirá,
Eis a alquimia mágica.

Dissipa e receberá,
Momentos cruzados,
Até onde isso levará,
Presentes e passados.

Ceifadores de lembranças,
Tornarão invisíveis as memórias,
Jovens idosos ou crianças,
Fragmentos de muitas histórias.

O amanhã e um destino incerto,
Antes próximo ao bem mútuo,
Que ter mentiras por perto,
Pra colher de volta falso fruto.

Eu onde está o caminho,
Porque tanta gente na multidão,
Andando perdido e sozinho,
Acompanhado de um vazio coração.

Duas vias destino inocente,
Caminhos soltos falas cortantes,
Dois gumes que se sente,
Dois lados tantos instantes.

Se o ter vale mais que o ser,
Vale mais olhar o futuro,
Se o passado se perder,
Desconhecido, o pranto será duro.

25/11/2015


domingo, 15 de novembro de 2015

Teu nome é Antonio

Neste mundo de contraste,
Tu es antônimo da tristeza,
Trabalho luta e desgaste,
Paixão amor e Dureza.

És o sapato que pisa o chão,
A mão que em calos se desfaz,
O homem de bom coração,
De seu rebento, és a paz.

Um grito, em firme voz de vida,
Exemplo sorriso e pensamento,
Longa estrada, as vezes sofrida,
Cansado olhar que traz Alento.

Neste mundo de antônimos,
Seu exemplo e de certeza,
Teus desejos são sinônimos,
Do querer de quem paz almeja.

És ferramenta do Céu,
Afiado machado de opinião,
História livre quase um cordel,
Literatura de sua emoção.

Voz suave de conselhos,
Por que lhe ensinou a vida a sorrir,
Entre emaranhados novelos,
Aprendeste a hora de ir e vir.

Neste Mundo de Antônimos,
Contrastes perdidos em parte,
Teu nome simplesmente Antônio,
Tua vida quase uma Obra de Arte.


sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Espelho meu

Rainha Chronus,
Madrasta das horas,
Peso de todo ônus,
Mãe plena do Agora.

Espelho das rugas,
Do futuro, o medo,
Causadora de suicidas fugas,
Dos tensos momentos segredo.

Reflexo do que se esperava,
Dor do não alcançado,
Invocação do que estava,
Magia nula do Passado.

Mentira do que leva o espirito,
Falsa e triste enganação,
Artifício do mundo corpo aflito,
Poder que atrofia o coração.

Refletir o que virá,
E tentar matar o que nem nasceu,
Espelho apenas mostrará,
Reflexos nulos de um Coliseu.

Teatro das infernais borboletas,
Que perseguem mostrando o eterno,
Tudo se esvai ao soar de trombetas,
Apenas o agora pode ser Terno.

Palavras, feitiço do Desejo,
Não queira eu matar o que é belo,
Façam se Ternuras de um beijo,
Este Cenário de um grande Otelo.



 13/112015


terça-feira, 10 de novembro de 2015

Tardio


Ato passado, que transpassa,
Translúcido medo, do que passou,
Sóbria ressaca, sem cachaça,
Poesia apaixonante de Desamor.

Dia após dia, bênção ou desgraça,
Sorriso e pranto vício da mente,
Tudo que se sabe é que tudo passa,
Tudo que se quer e amor eloquente.

Quentes beijos, doce sorriso,
Já não importa o passado,
O futuro se torna pleno, tão liso,
Que tudo pode ser superado.

Parece que tudo foi esquecido,
O dia só para olhar um olhar,
Entender o quanto dói o sofrido,
Amar, querer, sorrir, sonhar.

Verbos de rimas pobres,
Mas o agir é mera conjugação,
E a riqueza tão enormes,
Quando se movimenta um Coração.

O Tempo é espada de angústia,
Afiado pela áspera descrença,
Sofre quem espera e não busca,
Já que a vida e tão curta e extensa.

Infinito seja o bom sentimento,
Em partículas mesmo que tardio,
E ontem esquecido sofrimento,
Superado e no prazer e arrepio.


10/11/2015