quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Juros de Amor

Poesia só valeria,
Se em conta corrente viesse,
Corrente moeda, poesia,
Amor, sem riqueza se esquece.

Me poupe de seus desamores,
Economize mentiras,
Não diga gostar das flores,
Se quer esmeralda e safiras.

Poeta e seu banco de ideias,
Juro que não se sabe o que pensa,
Mel só é doce em colmeias,
E amar é dívida intensa.

Pague em versos o desejo
Não digo o inverso por luxúria,
Nada paga um verdadeiro beijo,
Me poupe de inválidas injúrias.

Poupe a santa paciência,
Não invista mais em amor,
Para não emprestar clemência,
Ame a si mesmo, sem penhor.

Os juros da vida são altos,
O tempo tem taxa constante,
Cobra por cada um dos minutos,
Que tu perdes desnorteado e errante.



26/03/2015


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Respira

Mergulha na vida,
Segunda, sem segundas intenções,
O domingo é lembrança querida,
A semana reserva paixões.

Respirando, tantos direitos,
Na esquerda alguém diz,
Que és escravo dos opostos,
Oposição sem direito ao que quis.

Crê, que podes criar,
Assim como destruir também,
Humano ser, pode amar,
Mas o Ódio é o amor que perde o bem.

Intenso cru, e voraz,
O Ódio é o Irmão do Amor,
Por tênue linha, guerra e paz,
Dividido entre prazer e dor.

Respira, pode ser o último suspiro,
Neste olhar de trevas cheio,
Abre o olho, não és vampiro,
Não se alimente do sangue alheio.

Inspira, tudo que respira vive,
Vive então e suspira sentimentos,
Transpira bons momento,
Põe o sopro do criador nos momentos.

Sê feliz, faz feliz, leva a Felicidade,
Não ria, apenas feliz sorria,
Gargalhando só se for de verdade,
Sem fingir respirar, grite a poesia.

23/02/2015


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Sem preço

Quanto custa um abraço,
Carinho, amor, compaixão,
Qual o custo de um laço,
Qual o preço da paixão?

Amor, Respeito, Carinho,
Quanto custam os sonhos,
Onde não estejas sozinho,
Qual o rumo dos planos.

E o tempo pra que serve,
Quanto custa um minuto,
Se o sentir fizer greve,
Se o Álvaro entrar em luto.

Quanto pagam por mim?
Quanto custa meu desejo,
Qual o preço do meu sim?
Quanto pago por um beijo?

Mais alguém? Alguém mais?
Leva agora um sorriso,
Anseios grátis por paz,
Passagem para o paraíso.

Quanto custa? Não tem preço,
No mundo o bem-estar é gratuito,
Basta conquistar o apreço,
E mostrar verdadeiro intuito.

"... Por aquilo que cativas..."
"Tu és eternamente responsável..."
Pagarás com alegrias vivas.
O companheirismo amigável.



19/02/2015



domingo, 25 de janeiro de 2015

Mel Eldes Conhecidus


Sem reação, indiferente,
Foi que este "Meu Eu" surgiu,
Meio poeta, meio gente,
Um lado meu que me sorriu.

Se sou eu ou se não sou,
Eis a questão sem discussão,
Tão claro como o que passou,
Tão dúbio quanto a previsão.

Me dê em mãos, qualquer tema,
E este meu eu, há de refletir,
Transformando teoria em poema,
Em sete versos de ir e vir.

Este é meu eu desconhecido,
De onde brotam as vezes rimas,
E sentimentos que até duvido,
De baboseiras a obras primas.

Não olhe não veja não sinta,
Esqueça agora quem eu sou,
Não fale, não grite, não minta,
Pois em espírito, eu já me vou.

Meu nome não precisa gravar,
Sou doce amargo entre azedos,
Sou pesadelo ou sou sonhar,
Sou Mel Eudes Conhecidus.



25/01/2015