domingo, 5 de junho de 2022

Simbologias

Colheita farta celebração,
E a brilhar uma fogueira,
A vida passa ligeira,
Ciclos e sonhos ilusão.

Nós ramos fruto a videira,
O vinho quente explosão,
O santo e talvez profanação,
Quem vê partes vida inteira.

Milho e trigo, bolo e pão,
O azeite, o trabalho e a oliveira,
Cada ferramenta escrita a mão.

Escritas de formas e maneira,
Que ditam bem mais que canção,
Um rumo que foge a fronteira.

05/06/2022




sexta-feira, 3 de junho de 2022

Crises

Na economia prejuízo,
Detalhe, dinheiro escasso, 
Sonhos rumo ao fracasso,
Mentes que perdem juízo.

Na idade nervos de aço,
Oxidando sem paraíso,
Vai desbotando o sorriso,
Sentir-se as vezes bagaço.

Na identidade, indeciso,
Loucura a alguns passos,
Perdidos dentes do ciso.

Na realidade quais laços,
Firmam a sanidade ao piso,
A amarrar firme os cadarços.

03/06/2022




quinta-feira, 2 de junho de 2022

Quarenta e Três

Minha mente hoje dispersa,
Pensa pensa e já aparenta,
A idade vem com seu enta,
E o verso a verdade dispersa.

O tempo esfrega nas venta,
O mundo, outro poema versa,
Gente jovem na tela conversa,
Nem tudo é como a gente tenta.

Quem sabe muito, estressa,
Quem sabe pouco se esquenta,
Aos poucos a idade nao regressa.

Teimosos grisalhos na testa,
No fundo muda o que interessa,
E o rir de si mesmo nos sustenta.

02/06/2022






quarta-feira, 1 de junho de 2022

O Tempo

Esta invenção da quarta dimensão,
Insiste em dizer que envelheço,
As vezes me lembra, que esqueço,
Nas notas de um verso canção.

Menino no espelho me esvaneço,
O sonhador que já sou mais não,
Lembranças do que fui guardo então,
Sigo e sigo as vezes desapareço.

Num soneto vivo e repito o Refrão,
Nas linhas dos destinos eu me teço,
Rasgando dores tingindo o coração.

As vesperas de mais um dia adormeço,
Celebrando numa serena gratidão,
A verdade de que, sem querer envelheço.

01/06/2022