Há casos

Acasos do acaso um prato raso,
Cicatrizes profundas amores,
Sonhos, desejos e até rancores,
Servidos em ordem de descaso.

Entre ofertas de vidas flores,

Há quem leia ate um prazo,

Nunca a vida faz pouco caso,

Viver o agora poupa dores.

Cada segundo tem seu abraso,

Que não apaga por desamores,

E se montares o seu Pégaso.

Em aladas asas veras rumores,

Que tudo importa fundo, raso,

E vida segue até onde fores.

28/07/2021

Dualidades

Se o caminho e direito,

Esquerda, adianta ou atrás,

No fundo, até tanto faz,

Se o rumo segue conceito.

Nem sempre guerra ou paz,

Há termos com mais efeito,

Salvando de um desconcerto,

Quem se perde, não se apraz.

Entre oito e oitenta, há muito,

As vezes variar mais satisfaz,

Se o equilíbrio for um intuito.

Além quente ou frio há mais,

E as vezes nisso está o perfeito,

Termo em meio, bem mais faz.

27/07/2021

A Voz

Olhando o tempo passado,
Casas simples mesas fartas,
Independente de onde partas,
Lá se ouvia vozes ao lado.

Simples escritas meras cartas,

Orgulho de neto aglomerado,

E a voz de um saber partilhado,

Avôs e Avós com abertas portas.

Fruta e flor tudo plantado,

Um cafezal e até nas hortas,

Lembrança de antepassado.

Vozes, canto, fé e bravatas,

Saudades, tempo guardado,

Hoje longe veem as jornadas.

26/07/2021

De Mãos

Das mãos que escrevem,

Dramas poemas e prosas,

Entre tons e cores de rosas,

Estórias se auto descrevem.

Rizadas loucas gostosas,

Prantos e erros relevem,

Risos e sonhos revelem,

Versos, versões prazerosas.

Medos e dores se selem,

Em formas doces honrosas,

De mãos que a dor repelem.

Mãos descritas de generosas,

Terrores as escritas repelem,

Semeiam vida mãos valorosas.

25/07/2021