sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Sopra o Vento

Em fim de mês sopra o vento,
Qual seu rumo qual o destino,
Qual o desejo de cada menino,
Qual o sonho antes do tormento?

Ruge o leão frente o pequenino,
Grandezas que se tingem sentimento,
Seria apenas um sopro a vida o momento,
Quem sabe o rumo dos ares o som do sino.

Sem sentido soam os sonhos o intento,
Onde o escrito se torna só um desatino,
Não seguem o que escreve nem o bento.

Aos pecadores sagra um peso paulatino,
Enquanto sopram os ares de descontentamento,
Sopra o vento e assim se escreve cada destino.


26/02/2021





quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Criatividade

Mentes loucas criam muito mais,
Imagina assim aquele que se diz são,
Justificando assim sua insana situação,
Mentes insanas procuram criar sua paz.

Bailam pensamentos atordoante ilusão,
Vozes gritando com sua fome mais voraz,
Devoram ansiosamente o que é e o que jaz,
Criando estranha doce e amarga sensação.

Palavras as vezes se encontram em plurais,
Escrevendo loucuras rimando sim e não,
Criando prosas e poemas escritas em um cartaz.

Seriam loucura fugir ao comum, ter um coração,
O que seria amar entre mascaras e entre cenas,
A criatividade é a loucura que encena a apresentação.

25/02/2021




quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Seis Contos

Em missão sagrada um sacerdote,
Reúne preces com suas dignas orações,
Enquanto abençoa camponesas uniões,
Um Casal labuta com o seu próprio dote.

Indo a guerra o soldado faz hinos e canções,
Luta com sua força e pelo superior se faz forte,
Soberano o Imperador como um deus, da suporte,
Se conclamando a seu povo o que trará as salvações.

A beira do caminho um pobre exibe sua má sorte,
Implorando moedas quaisquer contos por ilusões,
Desejando o que comer escondendo-se de social corte.

Enquanto um avarento empresário pensa e suas ações,
Não nas que ele fez mas, nas que perdera após a morte,
Vendendo-se ao domínio de suas próprias condenações.

24/02/2021



terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Urbano

Imponentes prédios, relevante tedio,
O dia passa devagar enquanto tudo passa,
O transito parado, metro lotado, vida escassa,
O tempo voa as vezes para, doente sem remédio.

A saúde as vezes caminha na praça, 
Sem tempo irmão, amar se torna sacrilégio,
A conquista espera ter seu próprio prédio
E o olhar de quem envelhece o céu transpassa.

Urbana busca de dignidade frente o assedio,
Luzes câmera as vezes inatos perante a farsa,
Felizes por ter a alegria de um padrão médio.

Por vezes tristes por sumir em meio a massa,
Onde encontra o ser o seu melhor intermédio,
Como pode o humano ter o que lhe satisfaça.

23/02/2021