quinta-feira, 11 de junho de 2020

Reconstrução

Tudo se transforma, sem perdas,
O que passou da origem ao que é,
Ao oposto de direitas, esquerdas,
Ao fim da descrença, habita a fé.

Destruição é o fim cíclico,
Que permite o reinício,
Apocalipse não é fim bíblico,
O mundo é mais que um resquício.

Princípio e fim são contínuos,
Isso também há de passar,
Caminhar leva aos longínquos,
O mundo ha de se renovar.

A cada fim, faz-se um recomeço,
Cada lição vem de um aprender,
A vida ensina até no tropeço,
O mundo esta sempre a renascer.

O que se viu e o que se verá,
Todo faz parte de um tudo,
Em um equilíbrio tudo está,
E se algo parece estar mudo.

Mudanças são necessárias,
O barulho destrói o silencio,
Mas nele as ideias são várias,
Criando um universo extenso.

Nada se perde então,
Tudo há de se transformar,
Em progresso ou em lição,
Para algo melhor Impulsionar.

11/06/2020









Presença Divina

Longe das multidões,
Em dias um pouco difíceis,
Entoam se hoje canções,
Para atravessar tantas crises.

Eis que o Corpo e sangue,
No pão e vinho celebrado,
Faz que o mundo comungue,
Sua luta e esperança lado a lado.

Nao terá grande procissão,
As ruas não tão enfeitadas,
Em vez disso cada coração,
Se enche de coisas sagradas.

Sem muitos sinos a tocar,
Mas uma força compartilhada,
Na vontade de ver terminar,
O que mantem cada vida parada.

Num habitar em cada lar,
Em cada leito em cada ato,
No desejo de poder se abraçar,
De refazer cada caminho e retrato.

Crê na Presença Divina,
Que a tudo rege e comanda,
Nela tudo começa e termina.
A vida segue e o mundo anda.

Que o Corpo presente na vida,
Sustente a cada um com harmonia,
Seja curada cada dor e ferida,
E sigam os céus aliviando a pandemia.

11/06/2020







quarta-feira, 10 de junho de 2020

Ecoam Palavras

De tempos distantes,
E do velho continente,
Palavras ecoam rompantes,
Entre povos dessa gente.

Salve o poeta do amor,
E de tantos sentimentos,
Dispersos por onde for,
Enfeitando os momentos.

De Portugal para o mundo,
Salve a Luis de Camões,
Sereno Poeta profundo,
Com suas liricas canções.

E apesar dos pesares, 
Das sequelas coloniais,
Numa língua de milhares,
Palavras pedem por paz.

"Se onde há inveja, 
Não há Amizades..."
O mundo se almeja,
Com mais igualdades.

Entre mares e oceanos,
Cultivada seja a poesia,
Com olhares mais humanos,
E com a linguagem da Alegria.

Bendito Luis e seus sonetos,
Salve a língua Portuguesa,
E que sensatos sejam os duetos,
Abençoados com plena e rara beleza.

10/06/2020




terça-feira, 9 de junho de 2020

Ainda Não

Quanto risco ainda se corre,
Ainda não são todos imunes,
Quanto esgoto ainda escorre,
Nos lixões quantos chorumes,

Nas ruas quantos contaminados,
Quantas vacinas ainda faltam,
Quanto ainda desamparados,
Que medos a muitos assolam.

Ainda não há cura ao preconceito,
E não se tem como curar tudo,
E ainda se vê errado cada conceito,
Ainda tem quem precise ser mudo.

Não se encontrou a vacina,
Contra a corrupção e o roubo,
O mal caráter faz chacina,
Levando o dinheiro do povo.

Ainda não estamos livres,
Do vírus que assombra as ruas,
Deixando tantos em grades,
Como que cativos nas casas suas.

Ainda não existe imunidade,
A tanta coisa que não é boa,
Mas tem o que mate a saudade,
E tem gente que canção entoa.

Para Amenizar tanta dor,
E a ansiedade que assombra,
Há curas pelo próprio amor,
E ha Boa Vontade de Sobra.

09/06/2020