terça-feira, 24 de março de 2020

Má DiGestão

O que está fazendo tanto mal, 
Qual a causa desta moléstia,
Tanto mal estar, já sem igual,
Quanta conversa está dispersa.

Parece até se espalhar alguma azia,
Caras de quem comeu e não gostou,
O prato servido, não era o do bom dia,
E muita gente neste prato é que votou.

Dói a barriga engolir certas palavras,
Mas todos já conheciam o tempero,
Picante pimenta até em suas folhas,
Papéis que se trocam, sem esmero.

Será que no fundo é uma virose,
Ou todos resolveram beber na globo,
Será que tal bebida causará cirrose,
Será exagero, a revolta de um povo.

Alimentando com carne indigesta,
A indignação de um discurso insano,
Na contramão do que o mundo manifesta,
Após o regurgito quem passará o pano?

Queiram os céus que haja um remédio,
Que cure e evite, de mais miséria chegar,
Afinal todo mal estar, revolta e tédio,
Não deveria, ao menos, em pizza acabar.

Pátria Amada de Amarelo e verde,
Confusa em meio a tanta confusão,
Não digere mais, por justiça, sua sede,
E ainda em frente segue "Má de Gestão".

24/03/2020

segunda-feira, 23 de março de 2020

Nas Nuvens

Quem sabe quando a chuva virá, 
Ou se o ar estará muito seco,
Analisando o que no céu está,
Prevê o que pode vir e seu eco.

Nas nuvens vive a pensar,
E até nome sabe dar a elas,
Sabe qual pode onde chegar,
E quais só se pintam na tela.

Neste azul celeste tão lindo,
Prevê de brisa a catástrofes,
Raramente erra o vem vindo,
Escreve o tempo como estrofes.

Numa previsão complexa,
Vê o sopro e velocidade do vento,
Mostra as vezes o que interessa,
Previne muitas vezes o mal momento.

Salva a roupa do varal,
E até acelera a colheita,
Mago do tempo genial,
Baseia-se nos dados sem ceita.

Cientificamente falando,
Ele só não faz chover,
Vive o tempo analisando,
Pra o que pode vir prever.

E se não der pra saber quem é,
Limpe o para brisa e a vista,
Nas nuvens quase em nível de fé,
Muitos acredita no Meteorologista.

23/03/2020


Ruinas

Por terra tudo que polui,
A meta tem que ser ser feliz,
O mundo só e concreto no aqui,
A vida só se repete ao pedir bis.

Outros planos e momentos,
Sabendo que sempre há limites,
Mas que se quebram com os ventos,
E se não se quebrarem tu que grites.

Todo esse falso cristal,
Faz parte de uma reflexão,
O que se vê como bem e mal,
Esconde algo de conspiração.

Quem diria tantos impérios,
Ruíram com suas metrópoles,
Mas ainda vivem os mistérios,
Que enriqueceram as Tais Polis.

A ruína dos templos sagrados,
Que a imagens prende o homem ,
O sacrificar-se em santo desagrado,
Em nome das virtudes que somem.

O subtrair da sanidade,
Em nome dos caros remédio,
A cura para a desumanidade,
O alívio para as dores do tal Tédio.

Ruínas de tantos desgovernos,
Que ainda hoje mata o eleitor,
Que briga pelos que vestem ternos,
Atenção, atenção: "Mais amor por favor".

23/03/2020


domingo, 22 de março de 2020

Vale uma vida

Dizem que tudo e pouco,
Que nem chega a Tempestade
Melhor ser chamado de louco,
Mas chegar vivo até a verdade.

Minimizar um problema,
Pode ser um tanto arriscado,
Mas pânico não deve ser lema,
O melhor estado e o equilibrado.

Vidas se perdendo pelo mundo,
Não sejam elas jamais em vão,
Experiência revela o mais profundo,
Sejam impulso para outras salvação.

Quanto é que vale uma vida,
Independente da real idade,
Toda pessoa é de alguém querida,
Todos que se vão deixam saudade.

Em tempos difíceis se minimiza
Os efeitos de qualquer perda,
Esquecem a dor de uma despedida,
Em troca do menor mal que suceda.

Acaso existe mal menor?
Se todo mal deixa livre a tristeza,
Possa florescer em Nota Maior,
O tom de algo com alguma beleza.

Todo desafio deixa cicatriz
E necessita de força e impulso,
Seja o valor de uma força motriz,
Cada vida paga neste sentir difuso.

22/03/2020