quinta-feira, 5 de março de 2020

Lobos, Villa

Imagine uma só nota, sozinha,
Tocada perdida em piano,
Num movimento sem linha,
E o mundo ali qual vento, Soprano.

Na imaginação nada existe,
Exceto uma ideia em composição,
Sozinha toda nota é meio triste,
Até o piano sozinho não faz canção.

No Universo da vida, riqueza,
E apenas um conceito,
Uma Universidade de tal beleza,
Precisava que surgisse um Heitor.

Entre desafios de seus tempos,
Tocou tudo com sua musica,
Compondo em vários instrumentos,
Ritmos da sua infância e cantiga.

Quem diria que tamanha mistura,
Se fariam tantas músicas bem vistas,
Levando até a viola e caipira cultura,
Ao nível das rodas mais eruditas.

E até um "Trenzinho Caipira",
Cairia nas graças de um mundo,
Composição até em Catira,
Levando tanto sentir profundo.

Da terra, eis o Lobos, Villa, 
Que pintou de verde e amarelo,
Movimentos Bachianos qual Ilha, 
De um "Santa, Vera" Cruz Singelo.




quarta-feira, 4 de março de 2020

Sol e Chuva

Em dias claros de sol,
É possível ver admirado,
Da criação tudo de melhor
Como um presente do passado.

A vida leva seus motivos,
Faz do bronze um metal raro,
Mas do dourado desperta risos,
Rico e quem já tem seus dois carros.

Em dias de um sol radiante,
A vida mostra em seu calor,
Os enfeites de um instante,
Que podem distrair de toda dor,

Em dias que o céu desaba,
O cinza domina os olhares,
Nem toda alegria se acaba,
Ha quem admire bons lugares.

O cobertor convida ao sono,
A paz permite refletir,
Dias cinzas reescrevem um plano,
Lavam alma de quem ia desistir.

A chuva tem sua beleza,
E os excessos consequência,
Mesmo quando surge a tristeza,
Aos céus se pede Clemencia.

Faça sol ou faça chuva,
A mais bela  inspiração,
E qual o vinho de doce uva,
Quem embriaga um coração.



terça-feira, 3 de março de 2020

Acalmando Leões

Quanto ódio se destila,
Quando não se consegue,
Dominar a paz tranquila,
E o medo é quem persegue.

Ao se dar rosto de ordem,
Aos instintos mais vorazes,
Estruturas se auto implodem,
E seres se acham os mais sagazes.

Quem é o selvagem e onde é a selva,
O leao, a onça, o lobo na estiagem,
Ou o homem que se destrói na relva,
Entre as pedras e apatias que interagem.

Na selva não há consciência,
Mas o ser consciente é quem a mata,
Nas Cidades habitam a descencia,
Que indecente explicação, tão Ingrata.

Dizer que o Humano ser é inteligente,
Quando choram os rios já poluidos,
E quase que insano até demente,
Chega ate a doer os próprios ouvidos.

Não que fosse bom torna-se índios,
Cada qual tem sua dádiva e valor,
Mas falta dar mais valor a prados lindos,
Que a prática dos medos e do horror.

A vida por natureza é bela,
Ainda que selvagem muitas vezes,
Cabe ao Sapiens construir em sua janela,
Uma paisagem que orgulhe a mente deles.




Voz Ou Vida

Infinitas vibrações paralelas,
Viajam no ar com suas ondas,
Escutar é conectar se a elas,
Neste solo perfurando com sondas.

Voz ouvida em perfeita audição,
Escutar é a entrada do aprender,
Quem muito fala transmite ilusão,
A razão se explica pelo conviver.

Escuta o som do silêncio,
Ele é quem calma transmite,
O mundo é sempre tão extenso,
Que faz eco, eco caso você grite 

Ouvir é dádiva iluminada,
Ouça quem quiser pois nem é lei,
Mas grita a experiência passada,
Pra evitar que tudo se torne um Delay.

Quem diria que o homem um dia,
Precisaria ensinar a si mesmo ouvir,
Quanto se acham donos da alegria,
Sem ver que o inesperado está por vir.

Voz ou vida, ouvida voz,
Faz que se entenda o Agente,
Há gente que entende o Nós,
Quando vê no outro voz de gente.

É bom cuidar melhor do que é ouvido,
Pra que não venha deixar de ouvir em vista,
Ouvir bem de quem bem fala faz sentido,
Bom de ouvido é o Otorrinolaringologista.