quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Só Rindo Mesmo

Se perguntas se tem Marmelada,
A resposta é, "Tem sim Senhor",
Tem até rapadura e goiabada,
Em doces barras, amargo humor.

Ainda que muitos digam irritados,
Que é tudo apenas circo e pão,
Sem risos, os rumos são pesados,
Gargalhar faz bem ao coração.

Eis a perfeita, vida imperfeita
Escrita terna, Comedia Divina,
Em brigas de Esquerda ou direita,
Que o conhecimento não Ilumina.

Pro inferno toda a alma,
Presa a esta dura seriedade,
Inerte ao riso e a Calma,
Que se acha dona da verdade.

Só rindo mesmo pra seguir,
Não importa de que lado estejas,
Sem fazer piada ou sorrir,
Só restam as drogas e cervejas,

Bendito quem de si mesmo rir,
Sabendo que muita coisa é piada,
Levanta gargalhando ao cair,
Aprendeu que o tombo "Foi Nada,"

Bendito pelo riso o palhaço,
Que torna a alegria mais constante,
Ninguém tem nervos de aço,
Feliz é quem entende o comediante.




Ainda há Brasas

Não se apaguem as chamas, 
De dois milênios no passado,
Pois em um dos nome que clamas,
Vive a um evangelho anunciado.

Convertei-vos e nele crede,
De passado ramos são as cinzas,
Onde um povo demonstra sede,
Mas que sempre mantém seus cismas.

Não há erro sem consequências,
Mas há um convite a se olhar,
Todo ser tem suas clemências,
E a vida se faz de um planejar.

Das cinzas ressurgem o ser,
Em consciência envolvido,
A maior penitência e se ver,
E permitir-se ser corrigido.

Não há perdão sem perdoar,
Nem cinzas sem arder de brasas,
Passo a passo aprender voar,
É o efeito de um bater de asas.

Melhor seria não haver erro,
Mas a correção é essencial,
Afim de evitar próprio desterro,
E cortando as correntes de um mal.

Ainda em Brasa rebrotem os seres,
Num voo em chamas brilho de Ônix,
Que as Cinzas relembrem os deveres,
Dos que se reconstruirão qual Nova Fênix.






terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Apoteose no Chão

Salve salve os que não são,
Deuses nem semideuses,
Mas que desfilando estes vão,
Se destacando entre luzes.

Falam das memorias do povo,
Dos fatos que estão vendo,
Convocam a plebe ao novo,
Com seu Teatro envolvendo.

Abrem as portas do céu e inferno,
E ate do olimpo tiram figuras,
Num Carnaval quase que eterno,
Escondem nas mascaras faces duras.

Em Minutos dão ar de beleza,
Em outros relembram a dor,
Contrastes de festa e tristeza,
Por atos de um tal desamor.

Canta ate perder a voz,
Cada bloco ou escola,
Gritam o antes e o apos,
Mesmo que não deem bola.

E o canto escondido na mente,
Revela uma apoteose mais real,
Onde desperte o que se sente,
Entre ponderações de um bem e mal.

Mesmo que seja um festa 
Se o homem puder ser humano,
Saberá o tempo que lhe resta,
Não se tornando só com Momo.



segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Voto de Confiança

Em uma sociedade viril,
E se elas viessem a votar?
Oras bolas onde já se viu,
Logo, logo vão querer mandar.

Direito ao Sufrágio que absurdo,
Mulheres votando é o fim 
Depois disso já era o mundo,
Como vamos viver assim.

Nós os verdadeiro machos,
De intelecto tão superior, 
Filósofos de cima a baixo,
Avante a ordem abaixo o Amor.

Homens votando no mundo
Vejamos quanta baixaria,
Corruptos, traidores, que imundo,
Fazem algazarras até ao dia.

Nas urnas um toque feminino,
Tão machos não devem temer,
Deixem tal direito pequenino,
Pra que elas mostrem o que fazer.

Duras batalhas travadas
E hoje se vê grande capacidade,
Elas se mostraram preparadas,
E hoje discutem qualquer verdade.

A bem da luz do pensamento,
Tão humanas quanto os varões,
Mudaram na história momentos,
E ainda inspiraram belas canções.