sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Na Cartola

De onde tirar um coelho?
Quantos olhares atentos,
Abracadabra no espelho,
Quanta magia em inventos.

Luzes e lenços nas cores,
De um olhar de criança,
Brotam mágoas e amores,
Mágica se faz toda a Ânsia.

Abra-te então ó Sésamo,
As portas dos sorrisos deslumbrados,
A magia age como um Bálsamo,
Em corações muitas vezes já cansados.

Nas Cartolas e mágicas varinhas,
Mãos hábeis mostram truques belos,
Mas a maior das mágicas se encaminha,
Quando se abrem das mentes os castelos.

Príncipes e as mais belas princesas,
Que habitam as mentes dos adultos,
Demonstram suas verdadeiras realezas,
Quando transparecem seus gentis vultos.

Aqueles escondidos sobre as couraças,
De feitiços lançados pra se dizerem fortes,
Efeitos de velhas ilusões de pirraças,
E de um orgulhos digno de pena de morte.

Recorrendo até a Dom Bosco de Turim,
Que Juventude se afaste do Trágico,
E cultive com imaginário Pirlimpimpim.
Doces atitudes para criar um destino Magico.

31/03/2020





quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Sehnsucht (Saudade)

Olhando o passado distante,
Quantas coisas e pessoas ficaram,
Quantos olhares itinerantes,
Pelo passar do tempo Voaram.

Um dia pouco seria,
Pra ajuntar tanta lembrança,
Um poema jamais daria,
Para descrever o que se passa.

Saudade e um sentimento forte,
Um derivado do amor sentimento,
Mesmo doendo ela é sorte,
Retrato dos bons momentos.

E se o tempo permitisse,
Em um lapso a momentos voltar,
Quantas infâncias se visse,
Na certa saudade lá iria estar.

Qual é a cor da saudade,
Branca, negra ou azulada,
Seria ela pluma leve de verdade,
Ou uma enorme barra pesada?

Quantas dúvidas na mente,
Saudades de se ter certeza,
A vida trás laços de presente,
Mas deixa saudades desta riqueza.

No fim de um janeiro é certo,
Muitas lembranças sempre virão,
Nem importa se de longe ou perto,
Saudade é reflexo de ter bom Coração.

30/01/2020




A Lenda dos Muros

Uma vez, era, uma criança,
E a mesma criança cresceu,
O que do passado avança,
Construiu seu presente Eu.

Quantos leões e monstros,
Foram mortos no percurso,
Quanto caos nos escombros,
E qual o destino de seu uso.

Os muros estes belos muros,
Construídos com cada dor,
Acaso não são tão obscuros,
Quanto cada coração sofredor.

Quantos traumas cabem nos peitos,
O que eles provocam no adulto,
Reflexos de uma prisão de Direitos,
Ou das liberdades em excesso fruto.

A lenda dos muros é real,
Muitos caíram no passado,
Outros hoje passam pelo normal,
E bloqueiam dos seres o contato.

Já não são como grandes muralhas,
Mas fecham dos seres o coração,
Os muros de outrora tinham falhas,
Assim como estes do Agora então.

Caiam dos olhos as vendas,
Equilíbrio não pode ser restrição,
Excessos derrubam lares e tendas,
Mas medo destrói sonho e paixão.


30/01/2020








quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Almanaque

Dos tempos de outrora,
Vagam hoje só lembranças,
Não havia mundo afora,
Muito do hoje até cansas.

Folhas páginas de papel,
Propagava simpatia,
Divertia com cordel,
E das piadas e que se ria.

Trazia publicidades,
Charadas pra adivinhar,
Crendices e verdades,
Nesta páginas podiam estar.

Tônicos para a anemia,
Fortaleçam a apatia,
E o povo lendo sorria,
Em cruzadas palavras dia a dia.

Chamavam de almanaque,
Pequenas doses de informações
Focadas no que se dava destaque.
E distribuía se as populações.

Eram como alguns blogs,
Davam certa liberdade,
Destacando seus enfoques,
Alegando veracidade.

Hoje são apenas memória,
Talvez quase ninguém lembre,
Assim funciona a História 
O povo esquece até quando aprende.

29/01/2020