segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Santo Reis

Baltasar, Melchior e Gaspar,
Partiram de sua terra natal,
Seguindo os astros ao Luar,
No Céu um Iluminado Sinal.

Eram Reis ou eram magos,
Não se sabe bem ao certo,
Mas ouviram um chamado,
E foram em busca do correto.

No caminho olhavam firme,
Mas pensaram com a razão,
Um Rei, pois, nasce príncipe,
E foram ao Castelo então.

Despertaram a ira, sem querer
Do medo de todo poderoso,
Perder o trono e seu Poder,
Pedindo um retorno generoso.

Que ao encontrar o Menino,
Voltassem para informar,
Onde estava o Pequenino,
Dizendo querer lhe Saudar.

Eis que os astros em um sonho,
Avisaram aos Viajantes a verdade,
E Mudaram então seus planos,
Voltando por outra cidade.

E na Gloria viram o menino,
Naquela pequena manjedoura,
Entenderam então o Motivo,
Dos muitos segredos da Escritura.

06/01/2020



domingo, 5 de janeiro de 2020

Mandado ao Quinto


Se acaso não estiver dando certo,
Manda logo para o Quinto,
Mas o Quinto aqui já é, ao certo,
Cuidado onde mandaras por extinto. 

Acaso o sexto não está por perto?
Sim ele está na Segunda feira,
Então não vá bancar o esperto,
Que é dia em preto nesta esteira.

O quinto dia chegou feliz, 
Era um domingo radiante,
Se chovia saber nem se quis,
Era dia de aproveitar o instante.

Oração, reflexão, conversas,
E a gente se preparando para retomar
Depois de dias de uma folga impressa,
Tudo precisa nos eixos reentrar.

Passaram festas passou o tempo,
O ano já começou vá sem pressa,
Que ano passado voou em contratempo
E a gente esse ano tem coisa a Bessa.

Tanta trova para fazer que até parece prosa,
Tanto texto para escrever, que parece livro,
Vê se brotar espinho para nascer nova rosa,
E assim nesses quintos se crava o crivo.

Esse dia vale a pena,
Assim como a parte, o todo faz,
Do quinto surge o dilema,
Pro resto trazer respostas e paz.

05/01/2020



sábado, 4 de janeiro de 2020

O Quarto


Três dias se passaram,
E enfim o quarto chegou,
No quarto todos entraram,
Quase não cabia o amor.

Do animal foi preciso cuidar,
Não sei bem o que foi feito a ele,
A guarda foi preciso baixar,
E desfazer se do que era dele.

A Luz revestia aquele dia,
O Quarto parecia em trevas,
A vela lá que vi estremecia,
Parecia buscar algo deveras.

Não dava para saber se buscava luz,
Ou se queria no escuro se esconder,
Mas a presença de outrem era uma cruz,
Que seu olhar fitava perdido a entrever.

O quarto onde os desejos reascendiam,
Também apagava a própria chama,
No quarto aos sábados sorriam,
A temer um futuro que se inflama.

Era o Quarto dia, de um Quarto Ano,
No quarto tudo pode acontecer,
Desde o Sagrado até o profano,
No quarto se renova qualquer ser.

Era o quarto o que buscavam,
Cansados sem saber o que mudar,
No quarto com a luz se banhavam,
Só no quarto começariam a Sonhar.


04/01/2020



sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Reflexões

De onde vem os devaneios,
Por que se promete tanto,
Querendo justificar fim por meios,
Para onde vai todo encanto.

As vezes se sabe a dificuldade,
Mas insistir em não enfrentar,
É a si e a outrem maldade,
Covarde és se não Caminhar.

Pensa no que és no momento,
Podes mais, basta querer,
Afasta de ti o tormento,
Pensa no muito que hás de ser.

Já não poetizas sozinho,
O que lhe corroí o sentimento?
Medo de cair só no caminho?
Se não seguires, maior é o tormento.

Levantar-se do chão foi difícil,
Neste medo de desagradar, te perdes,
Faz de um sorriso, teu ofício,
Trabalha para ter de volta o que queres.

Pede a mão de tua companheira,
Ela por certo não negará,
Abre teu cofre da vida inteira,
Se há tesouros ela lhe dirá.

Que os céus concedam uma Ajuda,
Sabendo se que o que pra vir vem,
Que a mão do Universo venha e acuda
Multiplicando a Fé nela por mais de cem.



03/01/2020