terça-feira, 15 de outubro de 2019

Oficio de Giz


No quadro negro da vida,
Quantas lições são escritas,
Qual será a preferida,
Quantas lembranças benditas.

Enquanto voa o pó,
Na lousa que é apagada,
Ensina este ser, ali Só,
Conselhos para a longa Jornada.

Ei Mestre, poderia por obsequio,
Contar qual é o segredo,
Pra seguir este seu exemplo,
E do futuro apagar o medo.

Quantos conselhos dados,
Que se vendidos seriam ouro,
Quantos destinos moldados,
Quantos baús com tesouro.

Neste quadro negro,
Que sua mão ilumina com letras,
Desfazem se os preconceitos,
Se quiseres, pela paz que concentras.

Apagas a ignorância do homem,
Molda como ourives os destinos, 
Em sua frente dúvidas somem,
Fazes crescerem os meninos.

Sois Mestre, também humano,
Prestando este "Ofício de Giz" e Amor,
Digno de iluminar o sagrado e profano,
Teu nome é Simplesmente Professor.

15/10/2019



segunda-feira, 14 de outubro de 2019

O Que Habita Em Ti

Na guerra a melhor defesa,
Pelo ataque há de ser feita,
O medo faz fáceis presas,
A ânsia vive sempre à espreita.

Em Guerra o homem é animal,
Vê nos outros piores inimigos,
Percebe se como um mortal,
Desrespeita espíritos antigos.

Acha-se o Senhor da Guerra,
Para esconder sua fragilidade,
Nem percebe os carmas da terra,
Descarrega em si mesmo seu ódio.

Em paz a melhor defesa,
Resplandece no Perdão,
O estado de paz é farta mesa,
Onde se alimenta o coração.

A paz incomoda o ser em guerra,
Mas em paz nada há de incomodar,
Se em ti permitir paz, a guerra encerra,
Veras que enquanto estavas a atirar.

Nem vias que a munição usada,
Eram os nobres metais de teus sonhos,
Em paz hora, a vida é aproveitada,
Vivendo o que importa em seus planos.

Mas quem faz a guerra ou contempla a paz,
Acaso sabes o que em ti habita?
É preciso decidir o que queres que aí jaz,
Para encontrar os princípios da Vida.

14/10/2019




sexta-feira, 11 de outubro de 2019

A Brincadeira


Eis que o tempo traiçoeiro,
Resolveu para trás andar,
Quando me deitei no travesseiro,
Como criança fui acordar.

Na escola eu tinha que ir novamente,
E lá me reencontrei com os amigos,
Sorri, brinquei, e soltei a mente,
E me escondi de alguns inimigos.

Não vi o palhaço de novo,
Pois não me lembro de ir ao circo,
Mas vi os risos e olhares de um povo,
Que fez meu passado ser tão rico.

Mesmo na estrada de terra,
Brincando na rua de piçarras,
Mesmo nunca tendo descido a serra,
Minha praia era rica de palavras.

Vi o trigo, o milho, a soja e o algodão,
Ah! Tão branco algodão e macio,
Que arrancava até sangue da mão,
Mas era divertido molhar-se no rocio.

Belas plantas Matos e flores,
O futebol de rua os heróis,
Uma aquarela de tons e cores,
Coisas de mim e de um nós.

Aquele menino tão tímido,
Às vezes ainda acordado se lança,
Mas este foi um sonho já vivido,
Que hoje, sempre enfeita a Lembrança.

11/10/2019



Caminhos


Nesta longa estrada da vida,
Cada passo leva a aprender,
Só a soma desta lida,
Faz renovar o Viver.

Vidas novas vidas velhas,
Sem certezas segue se o mundo,
O sonho o sol as centelhas,
A vida se faz de um verbo profundo.

O caminho se refaz,
E de pedras toda a estrada,
Neste asfalto há guerra e paz,
Tem gente odiada e Amada.

Seguir rindo é uma façanha,
Necessária, porém não fácil,
A vida às vezes é bem estranha,
Pouco importa exceto os laços.

Amarra à porteira teu cavalo,
Aprecia o cheiro do mato,
Nessa roça, nas mãos, no calo,
Onde se pisa e onde dói o fato.

Se não dá para parar o tempo,
Que dê ao menos para aproveitar,
Esse intervalo neste momento,
Onde o que mais importa é amar.

O caminho que seguires não importa,
A essência é que te leva a melhorar,
Antes do fechar da cortina, da porta,
Todo caminho segue a algum lugar.

11/10/2019