sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

ConSequência


Um calhamaço de folhas amassadas,
Tem sido usado para construir a história,
Nesse meio tradições, algumas ultrapassadas,
Deixaram mortos e marcas na memória.

E o que é o ser humano então,
Este ser que se diz tão racional,
Mas que carrega chagas no coração,
E é capaz de ações piores que um Animal.

Que diz crer num Deus de bondade,
Mas quer as bençãos engarrafadas a si,
Que preza tanto por discursar pela caridade,
Mas por reflexo de achar bom, mente a sorrir.

Que mentes são estas maquiavélicas,
Que seguem filosofias tão incertas,
Que por vezes disparam palavras bélicas,
Projetadas a moldar até desgraças concretas.

O que seriam estes seres aqui,
Vermes, doenças ou agentes divinos,
Até onde sua capacidade de criar ou destruir,
Vai seguir apenas idolatrando a meros hinos?

Há paz em dormir sufocado,
Pela poluição das próprias ideias?
Não seria parte do stress tal fado,
Num teatro de mortas ninfeias.

Um calhamaço de ideias amassadas,
Este seria o fim... Destes poemas,
Se a vida se resumisse a meros nadas,
E o Ser em questão não resolvesse seus dilemas.

22/02/2019

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Soneto a Cidade

Um universo em cidade,
Em sua nobre Estrutura,
A uns o cansaço e loucura,
Outros trabalho ou saudade.

Contemplada com ternura,
Amada por multiplicidade,
Carregando em sua unidade,
A mais diversa conjuntura.

O mundo com humildade,
Em Sorrisos e batalha dura,
De gente com brio e vaidade.

Disposta a encontrar a cura,
Para cada dor e enfermidade,
Viva capital em fé e cultura.

25/01/2019






quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Damnare Perfectionis


Maldita seja esta palavra,
Imperfeita por existir,
Essa condenação tão alva,
Que condena Todo Existir.

Essa tão vã perseguição,
Pelo impossível de alcançar,
Ao menos neste plano, não,
Perfeito ser é em vão tentar.

Acordar buscando a perfeição,
É quase extinguir a si próprio,
Mesmo agindo de todo coração,
O perfeito jamais será sóbrio.

Cansam se, enlouquecem,
Os que desejam apenas o perfeito,
Falhar pertence aos que crescem,
Evoluir as vezes nos fere o peito.

Maldita perfeição opressora,
Dos que julgam tudo com olhar,
Sem ver que perfeito pois não fora,
E se compras por aí outro julgar.

Perfeição ensandecida,
Que julga ser acima de tudo,
Capaz de julgar morte e vida,
E tornar o profeta, mudo.

A plena consciência apenas diz,
O perfeito, do caos apenas, nasce,
Perfeito e quem souber sorrir Feliz,
Mesmo que o mundo todo se acabasse.

17/01/2019





quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Rabiscos

O lápis com a ponta quebrada,
Rabisca o que não querem ler,
A vida e tão feita de um nada,
Que dá medo as vezes de ser.

Quem disse isso não entendeu,
Que toda alma se reconstrói,
E mesmo a noite que escureceu,
No surgir do dia tudo constrói.

As dores riscam e rabiscam,

O papel a tudo aceita,
Mas entre luzes que piscam,
Pra se viver não há receita.

Nem tudo que arde cura,

Mas no passado foi dito,
Que a vida é alegria e tortura,
Tortos caminhos, mundo bendito.

O lápis com a ponta afiada,

Risca o medo e toda a dor,
Há quem se reconstrua do nada,
Há quem se refaça no amor.

Rabiscos não podem falar,

De tudo que o coração sente,
Viver é bem mais que sonhar,
Quem não sente dor só mente.

Mas riscos desenha a vida,

Com suas retas e curvas linhas,
O mundo é tudo que se duvida,
E certeza de tantas coisinhas.

29/11/2018