terça-feira, 8 de novembro de 2016

Passaros


Canto solto no ambiente,
Sente o céu, sente o sorriso,
Canto puro a gente sente,
Cantam os pássaros paraíso.

Aos ninhos o segredo da vida,
No ar o doce desejo disperso,
Em tudo saudades, querida,
A vida não passa de um verso,

Canta o trinar em um voo,
Na voz da natureza absorta,
Liberta-se tudo que passou,
E tudo que lhe prejudica corta.

Pássaro que voa liberto,
Solto pela cidade e campina,
Não importa quão longe ou perto,
Sua voz chega em uma só doutrina,

Onde mora, só o céu sabe,
Tudo que tem são suas penas,
Pena que nem em tudo cabe,
As penas dadas a almas serenas.

Canto livre de uma águia, 
Ou de um mero sabiá,
Sempre é canto e se faz guia,
Passaredos a assoviar,

Em que voa o pensamento,
Quando preso aos passarinhos,
Tudo passa morre o momento,
Tudo vive em novos Ninhos.

08/11/2016




segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Valores


Quanto vale uma nota?
Preta nota, nota Preta,
Se o que bate na porta,
Negra lista, lista negra.

Quanto vale um sorriso?
A compra do supermercado?
Qual o valor do paraíso?
Que Eva estará a seu lado?

Quanto vale um beijo?
 Aquela ida aos bancos?
Quanto custa um bom queijo?
E a fome que levam aos trancos?

Quanto vale a nota rasgada?
A vida sofrida e surrada?
Quanto vale seu tudo e nada?
Que valor teria o fio da espada?

Qual o preço de uma noite?
E o custo de um sorriso?
Valor de uma dama na corte?
Amor eterno no paraíso.

Quanto vale um olhar, um toque?
O que será que se vê escondido?
Quanto vale a câmera o enfoque?
Qual o valor de narrar o acontecido?

O que é que vale a verdade?
Qual o custo do erro e do acerto?
Quem paga pela insanidade?
Qual o preço para diminuir o aperto?

07/11/2016




domingo, 6 de novembro de 2016

Por Aí Afora


Tenso é cada momento,
Uma coisa de cada vez,
Tudo ao mesmo tempo,
Torna nada tudo que se fez.

Tudo rápido não tem graça,
Tudo às pressas só dá medo,
Demorar demais já é pirraça,
Tenso seria guardar segredo.

Mas o que seria do futuro,
Se o agora fosse momento,
Medo de cada resposta,
Coragem fabricou cada invento.

Ei o que estás fazendo,
Muito e nada de uma vez,
Medo do que está acontecendo,
Medo do que já se desfez.

Isso passa então, resumo,
Se passa já é passageiro,
As palavras não têm prumo,
São apenas um mundo inteiro.

Pouco ou muito isso seria,
Depende do olhar do freguês,
Se despertar cada dia,
Meio mundo é mais que um mês.

Sem sentido o que seria,
Se o que tu sentes é só o Agora
Santo Deus, quanta agonia,
Se vê no mundo por aí afora.

06/11/2016



sábado, 5 de novembro de 2016

Aquele dia


Tanta coisa solta no ar,
E o verso solto na cabeça,
Vontade de procrastinar,
A vida, o dia ou sei lá, esqueça.

Dia de esfriar a mente,
Pensar sair dar uma volta,
Comer beber e de repente,
Voltar dormir fechar a porta.

Dias passam voam soltos,
Quando se vê já e novembro,
A vida corre todos envoltos,
Em seus problemas só correndo.

É sábado e domingo já vem,
Tanta gente se faz santa,
Preso no ato de dizer amém,
Outros sem mapa e nem planta.

Construindo algo que, nem sabe,
Horas felizes de quem sorri,
Hora perdida que nem cabe,
Num poema como esse aqui.

Aquele dia que se esquece,
Quem um verso faz lembrar,
Um poema por dia se tece,
Mesmo com pouco a falar.

Afinal viver é um jogo de palavras,
Onde os atos tomam sintonia,
O que seria de todas as vidas,
Se não existissem aqueles dias?

05/11/2016