sexta-feira, 11 de abril de 2014

Sem Parar VP

É logo adiante,
Sem parar vai ofegante,
Sem pensar, confiante,
Se parar perde o instante.

Pera...
Esperar,
Eu já não posso,
Sem parar eu já demoro.

Volta...
Esse tempo,
Não tem pauta,
O que passa,
Jamais volta,
Se perde a métrica,
Sem escolta,
Parte a rima,
Quebra e volta,
Quase rima,
Fecha a porta,
Escrevo mais?...

Poxa vida,
Já tá aqui,
Tamanduateí,
Tô chegando,
Tô rodando,
Metro, ônibus, voando,
Avião no céu,
Passando,
Oh semana passageira.

Para...
Já fui já vou,
Fecha a porta,
A geladeira,
Vem entrando,
A noite inteira
Calma, calma,
Desce gente,
Terminal Vila Prudente.

11/04/2014


sexta-feira, 4 de abril de 2014

Protagonismos

Você que já perdeu a fé,
Se esconde nesse desespero,
Não sabe nem quem você é,
Vive em seus pesadelos.
Acorda, pois essa é a hora,
Sua alma é a única riqueza,
Pare de mendigar por esmola,
Levante e use sua destreza.

Saia da minha frente,
É hora de estar lado a lado,
Desista de ser só indigente.
Pare de chorar o passado.

Pequena e nossa existência, verso,
Não acha? Que é muita pretensão,
Pensar que algo no Universo,
Se importa em te dar contradição.
Criamos nossos demônios,
E achamo-nos deuses do tempo,
Brigamos com nossos hormônios,
Enquanto envelhecemos por dentro.

O campo agora está florindo,
Hora de colher a rosa do sonho,
A vida sempre se esvaindo,
E nós em nossos planos.
Cuidado quando olhar o passado,
Não fique preso as raízes,
Não seja um ser amargurado,
Nem deixe se condenar aos juízes.

O tempo voa o vento leva,
Vagando voa e esvai,
Vexame e se velar em treva,
Vacilo vero de quem se vai.
Vê se olha e vê direito,
O caminho segue adiante,
Vai seguindo vento voa,
Pois esse pode ser o último instante.

Saia da minha frente,
É hora de estar lado a lado,
Desista de ser só indigente.
Pare de chorar o passado.

04/04/2014


terça-feira, 18 de março de 2014

Desalmados

Onde, pergunta o menino, onde?
Onde está o brilho no Olho?
Quem errou o código Fonte?
Por que a manhã sem brilho.
Qual cor devo aplicar,
Para ter esse dia florido,
Que fórmula preciso criar,
Pra ver se abrir um sorriso?

Qual a lógica disso tudo?
Quem soltou esses zumbis?
Parecem bem programados,
Em suas almas fixas a Anúbis.
Vejo olhares vazios, andando,
Seguem quase sem direção,
Devoram cérebros sangrando,
Mas esvaziam seu coração.

Quem foi que levou o dia,
Quem devorou sua alegria,
Onde estará a poesia,
Que inspira a vida e a harmonia.
Onde está o amanhã prometido,
Só vejo olhares tão vazios,
Não há mais nada divertido,
Em ruas, trens metros sombrios.

Qual é o crime em pedir licença,
A quem está logo a seu lado,
Para onde foi a fé e a crença,
Até o bom dia está amaldiçoado.

Salva tua alma menino,
Fuja destes tristes olhares
Mantenha a calma, ensinos,
Em sinos zumbis sem palmares.
Quem foi que levou o dia,
Quem devorou sua alegria,
Onde estará a poesia,
Que inspira a vida e a harmonia.

Eles querem sua alma,
Devoram suas esperanças,
Saboreiam sua calma,
E te poluem com vinganças.
Mas, poderá ver, o olhar seu,
Além, deste vazio dos controlados,
Menino és todos, sou eu,
Perdido entre os Desalmados.

Siga em frente, sinta as flores,
Devemos aproveitar a viajem,
Mesmo que não floresçam amores
Aprecie a criação, linda paisagem.
Ninguém pode viver seu dia,
Quem devorar sua alegria,
Inspirado seja por poesia,
Com a maldição da harmonia.
Nesse Caos...

18/03/2014



segunda-feira, 17 de março de 2014

Horizonte

A gente pulsa, caminha,
Agita, corre desanda,
Tem gente junto ou sozinha,
Gente na fila, e a fila anda.

A gente é agente, Agindo,
Sorrindo a gente espera,
Resta tão pouco, fluindo,
O quente frio, que congela.

Sempre a frente adiante,
Há gente em todo lugar,
E a solidão flamejante,
Na multidão vai brilhar.

Flores e fatos, perfumes,
Pra amenizar o açoite,
Escalar doces cumes,
E lhe desejar boa noite.

A noite vem, anoitece,
A gente sonha, acordado,
A gente dorme, adormece,
Está tudo certo ou errado.

A gente vive e envelhece,
Olhamos sempre pra frente,
Nem sempre a gente cresce,
Deixamos o muito pendente.

Não temos o mesmo rumo,
E vemos tudo distante,
Sempre perdemos o prumo,
Mas visualizamos o Horizonte.

17/03/2014