sexta-feira, 4 de abril de 2014

Protagonismos

Você que já perdeu a fé,
Se esconde nesse desespero,
Não sabe nem quem você é,
Vive em seus pesadelos.
Acorda, pois essa é a hora,
Sua alma é a única riqueza,
Pare de mendigar por esmola,
Levante e use sua destreza.

Saia da minha frente,
É hora de estar lado a lado,
Desista de ser só indigente.
Pare de chorar o passado.

Pequena e nossa existência, verso,
Não acha? Que é muita pretensão,
Pensar que algo no Universo,
Se importa em te dar contradição.
Criamos nossos demônios,
E achamo-nos deuses do tempo,
Brigamos com nossos hormônios,
Enquanto envelhecemos por dentro.

O campo agora está florindo,
Hora de colher a rosa do sonho,
A vida sempre se esvaindo,
E nós em nossos planos.
Cuidado quando olhar o passado,
Não fique preso as raízes,
Não seja um ser amargurado,
Nem deixe se condenar aos juízes.

O tempo voa o vento leva,
Vagando voa e esvai,
Vexame e se velar em treva,
Vacilo vero de quem se vai.
Vê se olha e vê direito,
O caminho segue adiante,
Vai seguindo vento voa,
Pois esse pode ser o último instante.

Saia da minha frente,
É hora de estar lado a lado,
Desista de ser só indigente.
Pare de chorar o passado.

04/04/2014


terça-feira, 18 de março de 2014

Desalmados

Onde, pergunta o menino, onde?
Onde está o brilho no Olho?
Quem errou o código Fonte?
Por que a manhã sem brilho.
Qual cor devo aplicar,
Para ter esse dia florido,
Que fórmula preciso criar,
Pra ver se abrir um sorriso?

Qual a lógica disso tudo?
Quem soltou esses zumbis?
Parecem bem programados,
Em suas almas fixas a Anúbis.
Vejo olhares vazios, andando,
Seguem quase sem direção,
Devoram cérebros sangrando,
Mas esvaziam seu coração.

Quem foi que levou o dia,
Quem devorou sua alegria,
Onde estará a poesia,
Que inspira a vida e a harmonia.
Onde está o amanhã prometido,
Só vejo olhares tão vazios,
Não há mais nada divertido,
Em ruas, trens metros sombrios.

Qual é o crime em pedir licença,
A quem está logo a seu lado,
Para onde foi a fé e a crença,
Até o bom dia está amaldiçoado.

Salva tua alma menino,
Fuja destes tristes olhares
Mantenha a calma, ensinos,
Em sinos zumbis sem palmares.
Quem foi que levou o dia,
Quem devorou sua alegria,
Onde estará a poesia,
Que inspira a vida e a harmonia.

Eles querem sua alma,
Devoram suas esperanças,
Saboreiam sua calma,
E te poluem com vinganças.
Mas, poderá ver, o olhar seu,
Além, deste vazio dos controlados,
Menino és todos, sou eu,
Perdido entre os Desalmados.

Siga em frente, sinta as flores,
Devemos aproveitar a viajem,
Mesmo que não floresçam amores
Aprecie a criação, linda paisagem.
Ninguém pode viver seu dia,
Quem devorar sua alegria,
Inspirado seja por poesia,
Com a maldição da harmonia.
Nesse Caos...

18/03/2014



segunda-feira, 17 de março de 2014

Horizonte

A gente pulsa, caminha,
Agita, corre desanda,
Tem gente junto ou sozinha,
Gente na fila, e a fila anda.

A gente é agente, Agindo,
Sorrindo a gente espera,
Resta tão pouco, fluindo,
O quente frio, que congela.

Sempre a frente adiante,
Há gente em todo lugar,
E a solidão flamejante,
Na multidão vai brilhar.

Flores e fatos, perfumes,
Pra amenizar o açoite,
Escalar doces cumes,
E lhe desejar boa noite.

A noite vem, anoitece,
A gente sonha, acordado,
A gente dorme, adormece,
Está tudo certo ou errado.

A gente vive e envelhece,
Olhamos sempre pra frente,
Nem sempre a gente cresce,
Deixamos o muito pendente.

Não temos o mesmo rumo,
E vemos tudo distante,
Sempre perdemos o prumo,
Mas visualizamos o Horizonte.

17/03/2014


Palavras Alinhadas

Me disseram as estrelas,
O amanhã pode ser melhor,
E será que amanhã vou vê-las,
Ou estarei novamente aqui tão só?
Já previram meus sonhos,
Que meus desejos seriam reais,
E eu já fiz tantos planos,
Hoje em dia já não faço mais...

Palavras Alinhadas,
Me dizem que não sei de nada,
Passado e futuro, estradas,
Meu caminho é essa madrugada.

Já acreditei em mim
Dócil tempo perdido,
Foi quando sai de mim, só assim,
Vi o nada para o qual tinha ido.
Já confiei em adultos,
A eles contei segredos,
Achando que eram maduros,
Mas foram eles, frutos dos meus medos.

Eu vejo além, do que você crê,
Eu creio além, do que você olha,
Mas de que vale o tal ser,
Que se orgulha até da pior falha.
A fé move montanhas,
Mas de que adianta move-las,
Se o rumo de suas entranhas,
E um destino imundo apenas.

Mas amanhã será um novo dia,
Com tanta esperança e perfume,
Quem sabe a insípida poesia,
Brilhe solitária qual vaga-lume.
E meus enganos sejam reais,
E tudo se torne tão bom,
Quanto o falso desejo de paz,
Que inspira a canção sem tom.

Palavras Alinhadas,
Me dizem que não sei de nada,
O poder dos príncipes e fadas,
Vai além de qualquer história contada.
Palavras Alinhadas,
Me dizem que não sei de nada.

17/03/2014