Ares negros, forca obscura,
Você acha que não foi perfeito,
Você acha que não tem cura,
Mas olhe seu relógio direito.
Se esvaindo mais um dia,
Perfeição não e só a flor,
Sem a roseira a poesia,
Delírio do poeta é o amor.
O tapete real no contexto,
Não te fará reinar sobre nada,
Mas a realidade não e um texto,
Sem virgulas, pontos, parada.
Desperta o olhar sem enfeite,
Pronto, ele montara o enredo,
Mesmo que a estrada se estreite,
Menor se fará todo o medo.
Mas, já é quase amanhã,
O tempo conta as horas,
Pra manter a mente sã,
Não se perca, entre agoras.
Quase meia noite,
Batem os ponteiro,
Dói qual triste acoite,
Não viver por inteiro.
Tantos olhares que nem vi,
Desperdício de mais um dia,
Tantas palavras nem ouvi,
Quanta chances se ter alegria.
Puros ares, forca da Vida,
Nova chance pra perfeicão,
Hora de buscar outra saída,
Novo animo pro coracão.
Você nem viu olhe os ponteiros,
Já começa outro amanhecer,
Os quase passam tao ligeiro,
Que nem deixa se perceber.
Basta querer, fitar novo olhar,
Basta saber, que nunca e tarde,
Pro peito arder, e recomeçar,
E que sonhar e viver e uma arte.