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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Valsa das Vidas

Dança comigo essa Valsa,
E já não me importará,
Se é dia ou noite falsa,
Se é claro ou escurecerá

Toma minhas mãos com paixão,
Me abraça com a ternura total,
Fecha meus olhos de ilusão,
Já não importa o bem ou mal.

Baila em meu semblante,
Domina meu olhar e rosto,
Rouba me cada instante,
Cobra-me da vida o imposto.

Dança comigo na alegria,
Ri das minhas tristezas,
Tu que em alvas vestes do dia,
Es a alma negra das proezas.

Ludibria meus sentimentos,
Diz me que não preciso,
Viver na vida momentos,
Nem saborear meu sorriso.

Concede-me a benção, desgraça,
Do insensível, forte coração,
Que para viver, sonhos destroça,
Com qualquer desejo e paixão.

Dança comigo essa noite,
Seu nome apenas não saberia,
Te chamam de mente e de açoite
Te apelidaram de uma poesia.

Mas, sei que és solidão,
És saudade do que nem tenho,
Castigo dos que se vão,
E aos que ficam és desdenho.

É a alma do anjo caído,
A maça de Adão e Eva,
A tentação do Paraíso,
O Desejo, a luz e a treva.

Mas, dança comigo essa manhã,
Nessa multidão tão perdida e só,
A Valsa das vidas mais sãs,
Antes que voltemos Ao Pó.

11/12/2013