As negras mãos sofriam,
Ou entre Tupi e Guarani,
Este doces nós colhiam.
Engenhos e força bruta,
Pra produzir a riqueza,
Tudo parte de uma conduta,
Em um momento de realezas.
Doce ouro, Rapadura doce
Mas história que não foi mole,
Se trabalho escravo escrito fosse,
Toda cachaça amagaria a cada gole.
Tempo passado escrito a carvão,
Em queimadas manhãs frias,
Onde o suor escorre de cada mão,
Para colher sem versos ou poesias.
Força nos braços canta o facão,
A piada contada para descontrair,
Na marmita o ovo, o arroz e feijão,
E a cabeça nas contas que vão vir.
E se não queima, o tempo,
As verdes folhas cortam o rosto,
As cobras, perigos e o contratempo,
Machucam o corpo pouco exposto.
Entre os panos e o suor escorrendo
Ou a chuva que sem avisar deságua,
Tantos são os rostos que seguem sofrendo,
Trabalho digno mas pouco visto em sua mágoa.