Madrasta das horas,
Peso de todo ônus,
Mãe plena do Agora.
Espelho das rugas,
Do futuro, o medo,
Causadora de suicidas fugas,
Dos tensos momentos segredo.
Reflexo do que se esperava,
Dor do não alcançado,
Invocação do que estava,
Magia nula do Passado.
Mentira do que leva o espirito,
Falsa e triste enganação,
Artifício do mundo corpo aflito,
Poder que atrofia o coração.
Refletir o que virá,
E tentar matar o que nem nasceu,
Espelho apenas mostrará,
Reflexos nulos de um Coliseu.
Teatro das infernais borboletas,
Que perseguem mostrando o eterno,
Tudo se esvai ao soar de trombetas,
Apenas o agora pode ser Terno.
Palavras, feitiço do Desejo,
Não queira eu matar o que é belo,
Façam se Ternuras de um beijo,
Este Cenário de um grande Otelo.
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